segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Padre Fábio de Melo













Pe. Fábio de Melo: Música na Evangelização

ENTREVISTA COM PADRE FÁBIO DE MELO
De Minas Gerais, entrou com 16 anos no Seminário e foi ordenado Padre aos 30 anos.


Sua música é muito tocada nos programas católicos e as pessoas tem curiosidade de saber o porquê da opção de se evangelizar pela música.
Tenho uma identificação muito grande com a música e, graças a Deus, minha missão me permite conciliar a arte, uma coisa muito viva em mim, que é a composição, a literatura, e colocar tudo isso a serviço da evangelização.
Acredito que a musica seja uma tradução da vida, ajuda a entendê-la, é através dela que a gente resignifica muitas coisas. Eu acredito que a música tenha o poder de nos humanizar e tudo aquilo que nos humaniza, sem dúvida, nos santifica. A evangelização por meio da musica é tão eficaz nos meios de hoje, pois santifica e humaniza.

O senhor tem uma linguagem jovem, até mesmo utilizando músicas “do mundo” para complementar em suas pregações. Fale um pouco sobre isso.
A gente tem que ser esperto. Jesus já dizia “Simples com as pombas e espertos como a serpente”. Quando a gente percebe que existem dados da cultura, dessa produção musical, que as pessoas conhecem, temos que ter a sensibilidade de descobrir o que é bom. Não falo em modificar a letra da canção, porque isso não tem significado, temos que trazer a musica como ela é, e se ela tem a possibilidade de comunicar um valor, é preciso usá-la, uma vez que esteja tão viva no consciente coletivo.

O que você diria para as pessoas que estão entrando em seminários, que tem optado pelo sacerdócio. O que você diria de sua vida de oração, de espiritualidade, de sua opção?
Graças a Deus tive a possibilidade de me tornar um Padre não muito convencional e acredito que o não-convencional tenha força na história. É preciso que alguém tenha uma linguagem não-convencional para atingir os que assim também são, senão esses ficam sem pastoreio.
Eu fico pensando que o meu jeito de ser padre é para um tipo especifico de gente, e por isso ninguém tem que ser igual a mim, ou ao outro. Uma alegria da vida é ser autentico.
Sempre digo isso na faculdade onde dou aula. Muitos estão nas ultimas etapas do processo formativo para serem padres e sempre digo a eles: “descubram o jeito especifico que Deus deu a vocês, descubram a humanidade, o jeito de ser gente, porque é assim que Deus quer”. Não é estereotipado. Bom é viver, ser concreto, porque a vida não é ensaio, é o momento da ação, o que é possível, é agora. E como padre, a gente tem a possibilidade de ajudar a despertar a autenticidade também, ajudar as pessoas a serem verdadeiras.

Um dia você disse a uma mãe, que perdera o filho, para não enterrar os que aqui ficaram. O que você pode dizer sobre isso?
Diante da tragédia a gente corre o risco de ficar cego das realidades que estão vivas. Enterramos aquele que se foi, e junto os que ainda estão aqui, porque perdemos a capacidade de percebê-los. Quando nos fechamos demais nas nossas dores e angustias, corremos um serio risco de perder o fio da historia. E é um desafio muito grande sofrer sem perder a esperança.

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FONTE: Diocese de Presidente Prudente
Publicado em: 04/012/2006

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